Alex Gewer e The Cube Guys falam sobre sua releitura para hit do Chic

Tags: , , , , , ,
Por em 19 de agosto, 2021 - 19/08/2021

Em julho, o DJ e produtor e multi-instrumentista Alex Gewer — que vem se destacando neste ano com um som piano house clássico e fino, collabs com produtores internacionais renomados e releituras — juntou-se ao duo italiano The Cube Guys numa recriação de “Dance, Dance, Dance”, hit de 1977 do lendário grupo americano Chic.

A música, lançada pela Cube Recordings, vem colecionando suportes de peso e números expressivos nas plataformas. Batemos um papo com os dois projetos para saber mais sobre essa parceria de sucesso.

Como vocês se conheceram e tiveram a ideia de colaborar numa música juntos?

Alex Gewer: Nos conhecemos pela internet, claro — principalmente neste momento de lockdown. Sempre admirei o The Cube Guys, bem como sua energia e simpatia. Enviei uma demo a eles e, felizmente, eles gostaram. E startamos a collab.

The Cube Guys: Foi de uma maneira bem espontânea. Nos conhecemos nas redes sociais e o Alex mandou uma demo para a nossa label, Cube Recordings. Quando demos o play, nos apaixonamos pelo arranjo, e imediatamente perguntamos a ele se ele queria somar forças em “Dance Dance Dance”.

Por que a escolha por uma releitura de “Dance, Dance, Dance”? Quem teve a ideia?

Alex: Meio que aconteceu… Não foi tão premeditado assim. Tínhamos já o arranjo (harmonias, groove e toda a estrutura), e faltava a cereja do bolo. Foi quando surgiu a ideia da “Dance, Dance, Dance”.

TCG: Na verdade, há diversos reworks de disco music clássica no mercado digital, especialmente neste ano, com o grande retorno das vibes da house clássica. Essa música sempre teve um lugar especial nos nossos corações, por causa do significado das letras combinado com o groove irresistível.

E como foi o processo de produção? Quem foi responsável pelo que na criação da música?

Alex: Foi muito produtivo, pois estamos falando de The Cube Guys, produtores de enorme know-how. Portanto, as contribuições de ambos os lados eram sempre positivas e permaneceram na track. Foi menos trabalhoso do que a minha collab prévia com Kevin McKay — pois naquela ocasião o contexto foi outro, em que já sabíamos desde o início que seria um remake, e todo o arranjo foi pensado e montado em volta do vocal. Com a “Dance Dance Dance”, o vocal veio por último. A harmonia e os grooves de bass não foram pensados para ele, então a produção foi mais livre neste sentido.

TCG: O Alex fez a maior parte do trabalho, e o arranjo já tinha uma energia e um balanço muito bons, mas quando escutamos pela primeira vez, pensamos que poderia ficar ainda melhor. Nós sempre gostamos de extrair o máximo de suco de cada produção ou ideia, e é por isso que pedimos a ele as partes, para ajustá-las um pouco mais, e o resultado final foi exatamente o que estávamos esperando!

E como vocês fizeram para que a identidade de ambos os projetos ficasse presente nessa produção?

Alex: The Cube Guys e Alex Gewer possuem muitos pontos convergentes em suas musicalidades, bem como outros opostos. Entretanto, quando você está colaborando com outro artista de tamanha experiência, você aprende muito, bem como absorve muito o input da outra parte. E acho que o resultado foi um meio termo perfeito entre nossas identidades — embora eu ainda esteja me descobrindo no estúdio música a música (diferentemente deles, que possuem anos e anos de estúdio).

TCG: A mente de qualquer artista coloca a sua visão pessoal e personalidade no seu processo de produção. Nós sempre comparamos esse workflow com o dos cozinheiros. Na maioria das vezes, cozinheiros diferentes com os mesmos ingredientes entregam pratos com sabores bastante distintos.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Alex Gewer (@alexgewer)

Rolaram alguns “early supports” de peso para “Dance Dance Dance”?

Alex: Foi muito interessante isto, pois obtive suporte de outra classe de DJs, que não havia dado tanto suporte assim a “Miss You”. Obtive o suporte do DJ Meme — o que foi muito bacana — e de muitos outros DJs brasileiros de house music. De maneira geral, alcançamos a posição #7 do Traxsource House Chart, o staff do Beatport a escolheu como Top 1 do gênero Funky/Groove/Jackin’ House e recebi algumas mensagens de nomes interessantes, como do britânico Kryder.

TCG: Sim! Nós tivemos um suporte muito grande de DJs e produtores classe A! Como sempre fazemos, entregamos e mandamos a campanha da promo para nossa lista de DJs da Cube Recordings, e todos a apoiaram imediatamente. Também conseguimos boas respostas das rádios, e considerando a identidade da música, foi de fato um resultado muito bom para nós.

Vocês três já tem algo na manga para o futuro, juntos novamente?

Alex: Seria um enorme prazer poder trabalhar e produzir com o The Cube Guys, com certeza. Foi uma experiência incrível, de muito aprendizado, além da simpatia deles. Ainda não temos nada planejado, mas não acho difícil de acontecer não. Estávamos, inclusive, conversando sobre nos encontrarmos quando tudo isso passar.

TCG: O Alex é um produtor talentoso, e nós mal podemos esperar para compartilhar algo novo num futuro próximo. Queremos nos encontrar pessoalmente assim que esse período de restrições acabar. É sempre muito importante compartilhar ideias musicais e pontos de vista, e agora, mais do que nunca.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por THE CUBE GUYS (@thecubeguys)

O que podemos esperar de Alex Gewer e de The Cube Guys para as próximas semanas?

Alex: Terei outro lançamento pela Glasgow Underground no próximo dia 12, em que explorei uma sonoridade que até então eu não havia trabalhado. A track já obteve suporte do Claptone, e estou curioso para a recepção do mercado. Em setembro, lançarei um piano house mais tradicional, e possuo uma collab com o australiano Sgt Slick, assinada com a TMRW Group — porém, sem data de lançamento ainda.

TCG: Estamos trancados no estúdio trabalhando no nosso primeiro álbum. É um processo longo, porque nós estamos fazendo o nosso melhor para entregar a ele a visão verdadeira e o amplo alcance de gostos musicais que sempre tivemos. Vamos ter ainda algumas faixas de house mixadas com canções downtempo, e mal podemos esperar para tê-las prontas!

Tags: , , , , , ,