O que há por trás da Namata Records, gravadora baseada no contraste entre a natureza e a tecnologia

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Por em 27 de julho, 2021 - 27/07/2021

Gravadora foi criada em setembro, baseada em pilares como originalidade e diversidade

Pode até parecer japonês, mas na verdade é bem brasileiro. O nome da gravadora brasileira Namata Records, bolado por Gabriel Evoke, é uma simples aglutinação das palavras “na” e “mata”, evocando ao principal local de inspiração do experiente DJ e produtor paulista: a zona verde que fica nos fundos de sua casa, em Atibaia.

Tanto a obra de Evoke quanto a sua label são profundamente inspirados nos cheiros, formas e sons desse ambiente com rica biodiversidade, rodeado de vários tipos diferentes de vegetação, animais e insetos, que evocam paz e contemplação. Assim, a Namata remete a algo nativo, diverso, selvagem, puro e fresco, ao mesmo tempo em que baseia seu som em uma música produzida em computadores e instrumentos sintéticos e digitais. 

Logo, é resultado desse contraste entre a tecnologia e a natureza, o futurista e o rústico, o sintético e o orgânico. O selo é, afinal, fruto da criação de um artista que se inspira e se energiza em meio à vegetação do interior de São Paulo e produz minimal e microhouse no seu home studio para gravadoras e pistas do mundo inteiro. Nada mais contemporâneo que isso.

Com esse background, era de se esperar que a Namata primasse pela originalidade — e este é exatamente um dos adjetivos que norteiam o seu trabalho. À DJ Mag Brasil, Gabriel disse ter percebido que a maior parte dos lançamentos de minimal house soavam similares: “mesmas timbragens, mesmos padrões, como se existisse um template que estão replicando. Particularmente, eu senti uma necessidade de entregar algo novo, buscar sair um pouco da caixa, experimentar sonoridades e texturas novas”.

Fundada em setembro de 2020, com “Chapter One”, do próprio Gabriel Evoke, a label vem lançando religiosamente um EP por mês, somando 11 até este mês de julho. De lá pra cá, os artistas que protagonizaram esses releases foram os gringos Carlos A. (Chile), Kricked (EUA), DOMO (Espanha), Sex on Decks (EUA), Conor Harris (Irlanda), Pavzo (Sérvia/Canadá) e Lokomodo (Espanha), bem como os brasileiros Sisto, Vanucci, Alex Dittrich, Douse, Diego Lima, Jorge Mattos e, mais recentemente, o veterano Rodrigo Ferrari, que fez sua estreia com o EP “Caramel”, lançado no último dia 23, com direito a remix do duo Duc In Altum.

Com a premissa de lançar minimal house com pegada soulful e criativa de artistas de todo o planeta, em uma visão musical diversa que converse com a de seu idealizador, a Namata é uma gravadora com futuro promissor, à qual todos os fãs da vertente — e similares — devem ficar de olho.

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