Deixando sua marca com um catálogo enciclopédico de reedições sublimes, Danny Krivit reinventa e transforma sem tirar a alma da música. Vamos passear pela sua história nos edits enquanto ouvimos seus maiores trabalhos.
Quando falamos de uma geração, destacamos os notáveis pilares que estabeleceram aquela cultura. E quando a pessoa percorre diversas gerações, influenciando e se mantendo um expoente notável até hoje pelos seus feitos pela música, como podemos nomeá-lo?
Danny Krivit é conhecido mundialmente como rei dos edits, com suas remixagens e produções atingindo centenas de discos – seu flare característico moldou a som da cidade de Nova York e deixou sua marca na contracultura. Talvez a marca definidora dos edits de Danny Krivit seja seu tratamento respeitoso e apaixonado pelo material original, muitas das reedições de Krivit tornaram-se material essencial para DJs ativos, em muitos casos suplantando as gravações originais pela força de seus arranjos. A extensão de seu trabalho está apenas começando a ser reconhecida, já que esses edits quase sempre não foram creditados, apropriadamente para um sujeito que sempre colocou a música em primeiro lugar e mantém seu ego bem em segundo plano.
Criado na cena Clubber de Nova York, a história pessoal de Danny é precisamente paralela ao surgimento do DJing em clubes. Mergulhado na contracultura desde muito novo, seu pai era proprietário do The Ninth Circle, um local movimentado que regularmente atraía figurões da música como Janis Joplin, Jimi Hendrix, Charlie Mingus, John Lennon, entre outros. Nessa mesma época, Danny via sua paixão por discos aumentar, esse acesso a entusiastas e a música já trilhava um caminho que seria certo para seu sucesso. Nos anos 70 já viciado em vinil e cercado por artistas em sua vizinhança e círculo familiar, Danny foi apresentado nada mais nada menos que para o lendário James Brown, que presenteou o menino viciado em discos, com cópias promocionais de seu “Get on the Good Foot” e “Think” de Lynn Collins.
Mas quando seu caminho na reedição iniciou? Bom, acho que um cara que está no topo a mais de 50 anos talvez tenha nascido para isso, mas seu destino foi apresentado nos anos 80, quando a cena Disco explodiu em todo o mundo, nesse tempo ele já havia se consolidado na cena underground, tocando em diversos clubes com grandes nomes. Foi então que resolveu fazer algo que gostava, eternizar uma música segundo a sua visão, sem desrespeitar o trabalho original.
A rara habilidade de ouvir a música da sua perspectiva, combinada com o know-how técnico de um DJ de longa data, fez Krivit ser capaz de extrair performances incríveis de discos cujo potencial era apenas sugerido no original. Sabe aquele momento que você ouve aquela música especial e deseja destacar aquela parte mais marcante, ou fazer com que ela seja mais longa destacando o refrão, colocar timbres e batidas diferentes, isso é o que Danny pensou para criar suas produções lendárias.
Ganhando status de Rei do edits, Krivit tem sido uma grande força motriz para aceitação mundial da arte de edição influenciado diversos produtores que se inspiram em seus 50 anos de carreira e diversas facetas dentro da música eletrônica, que o rei continue seu brilhante trabalho trazendo diversos tesouros para esses fãs acalorados Dance Music e que logo posso deixar seu próximo sucessor ao trono. Quem se qualificaria a esse cargo?
Veja o perfil de Danny Krivit na série Dekmantel Selectors