Tudo começa pelo pitch: Kaká Franco comenta a importância da técnica para quem busca discotecar com vinil

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Por em 29 de junho, 2021 - 29/06/2021

Ritmo e sincronia são a base de tudo. Ritmo é uma sequência de pulsos e pausas que comanda desde o nosso organismo — através das batidas do nosso coração — até o andamento de qualquer melodia ou canção. Estar em sincronia com o ritmo significa estar em equilíbrio perfeito com esse andamento, estar atento a cada pulso e a cada compasso. A base de toda técnica de discotecagem está na sincronia com o ritmo de cada música. Para a mistura perfeita entre duas faixas, ambas devem estar sincronizadas,  pulsando num mesmo ritmo.  

Desde os primórdios da cultura DJ, as ferramentas principais para a realização da mixagem consistiam na boa percepção de escuta e no “pitch”, um fader do toca-discos ou CDJ que regula o andamento (BPM) da faixa que está tocando. E claro que, para os entusiastas da discotecagem em vinil, essas ferramentas são indispensáveis para uma boa performance durante a apresentação. 

Se tratando de House Music a nível Brasil, se tem alguém que domina a arte da discotecagem em vinil, esse alguém é Kaká Franco. Com quase vinte anos de experiência, Kaká traz na bagagem um vasto repertório de discos e uma destreza inigualável no rodar de suas bolachas. Trazendo um pouco de sua experiência como artista e também como digger, ele comenta sobre algumas técnicas, dicas e pontos pertinentes para quem deseja se aperfeiçoar na mixagem com toca-discos. 

Dica 01

Sabemos que tocar com vinil exige uma destreza e acuracidade maior, além de tudo, precisa atender sempre as variações que podem ocorrer no meio da mixagem. Um ouvido bem calibrado faz com que o deslize do pitch seja mais efetivo e, na maioria das vezes, essa técnica não se adquire da noite pro dia. É comum ver a desistência pelo receio de não acertar a mixagem. Isso torna a arte ainda mais exclusiva. Outro ponto importante é que não existem atalhos, ou você aprende, ou a virada com a BPM casada não sai, é mais fácil sofrer aprendendo do que aprender a disfarçar.

Dica 02

Treinar a escuta das batidas, marcando o ritmo da música com os pés, batidas na mesa, ou até com estalos nos dedos, é um dos caminhos para começar a entender o andamento e a velocidade de cada faixa. Saber compreender qual faixa está mais rápida ou mais lenta em relação a que está tocando também é um dos métodos principais para desenvolver o Beat Match perfeito. E claro, os ouvidos apurados serão os guias principais da discotecagem em vinil, já que a informação do BPM não estará à vista.

Dica 03

Quando falamos em sincronizar as velocidades, o pitch possibilita grandes mudanças, mas suaves se comparamos com o toque direto das mãos no prato ou no disco, sensação bem diferente quando comparamos o toque em um jog de CD player. Portanto treinar essa habilidade na alteração do pitch é fundamental para que, toda vez que a próxima música estiver “escapando”, você consiga ajustar e encaixar repetidas vezes, a todo momento, fazendo a mixagem no ponto certo e tornando tudo mais suave e harmonioso. 

Por fim…

Vale reforçar que um bom DJ também é avaliado pelo seu beat matching manual, eu pessoalmente acredito que seja um dos principais fatores, já que estamos falando aqui da qualidade da mixagem, então treine sempre e se dedique porque apenas assim é possível alcançar a maestria com os discos.

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