Como a tecnologia transformou a indústria da música

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Por em 16 de maio, 2021 - 16/05/2021

Historicamente, a indústria musical sempre esteve na linha de frente quando se trata de tecnologias emergentes. Percebe-se que as últimas duas décadas produziram uma série de transformações no modo como as pessoas se relacionam com a Música. A partir do desenvolvimento de novas possibilidades de interação, consumo e criação, o público passou a ter acesso a Tecnologias de composição e Produção, e os artistas encontraram novas possibilidades de divulgação e compensação pela comercialização do trabalho.

Nesses bastidores criativos, o avanço da tecnologia permitiu que músicos e produtores não dependessem de um grande estúdio ou gravadora para que suas ideias fossem colocadas em prática. Com a redução dos valores de tecnologias como: Laptop, microfone, placa de som e um software de produção, se tornou possível gravar um álbum inteiro em casa.

O artista se tornou livre para experimentar samples, bases e identidade, o que o deixou mais relevante dentro do seu próprio trabalho, sem se prender a opiniões da grande indústria, trazendo assim uma enorme gama de artistas como expoentes musicais independentes.

Com um olhar para a história, a indústria fonográfica à partir de mudanças foi se adaptando, criando novos serviços e demandas, ao mesmo tempo transformando hábitos de consumo.

 A evolução da indústria fonográfica

Como relatamos brevemente, para se ter sucesso, era preciso pertencer a uma gravadora influente, essa era única chance de “estourar”, pois esses grandes selos te colocavam exatamente onde você deveria estar e no momento certo, a única forma da sua música entrar em uma rádio ou TV era pela porta da gravadora.

A evolução desse cenário na indústria se mistura com a evolução dos formatos de distribuição. Começando pelos discos de vinil, fitas K7, CDs, MP3 e finalmente a era digital, onde foi o ponto de virada, se antes, para fazer sucesso, era preciso estar em uma gravadora, com o digital você somente precisa ser bom e cair no gosto do público.

Hoje na era digital, quem manda é o público, na verdade o poder apenas mudou de mãos, fazendo com que as gravadoras mudassem sua forma de trabalho e surgindo produtores independentes a um enorme público, exemplo recente é Billie Eilish, que chegou ao topo da Billboard de Álbuns Alternativos dos EUA, sem uma gravadora inicialmente.

A mudança da era de ouro dos Álbuns

Nos anos 90 a moda no Brasil ainda era os famosos discmans (reprodutores portáteis de CDs), mas pelo mundo já surgia uma nova tecnologia, que estava para explodir a partir da próxima década, o chamado MP3

Mas o que essa tecnologia influenciou na virada da indústria? Na verdade, tudo!

Esses pequenos aparelhos traziam um fácil acesso a música, Enquanto os CDs exigiam meses de espera para seu lançamento e os discos tinham preços nada camaradas, o MP3 poderia ser baixado em alguns minutos, apesar de você não conseguir colocar um álbum inteiro no aparelho, você tinha um custo zero para ouvir algumas músicas.

Junto disso, em 2001, a tecnologia já andava igual um foguete. Steve Jobs anunciava o famoso IPod, logo após lançar a loja digital de músicas ITunes. Esse foi o ponto chave para a era que vivemos hoje, no formato digital, foi uma grande inovação na comodidade e economicamente falando, não era mais necessário comprar o álbum inteiro e sim as músicas que você mais queria ouvir do seu artista favorito.

O fim da MTV e a nova era da Música

Não temos como negar o quanto a MTV foi importante para a música, ela trouxe uma perspectiva que não tínhamos antes na indústria, usar o audiovisual para vender MÚSICA.

No início dos anos 2000, você tinha que estar ligado na programação da MTV para saber sobre lançamentos, videoclipes e artistas famosos ou emergentes. Era esse canal que tinha o poder de lançar uma banda, fazer uma transmissão de show ou algo do gênero.

Em 2005, surge o YouTube, uma rede de compartilhamento de vídeos, que deu nas mãos do público acessibilidade para tudo que a MTV mantinha em mãos, essa foi a derrocada do canal, que fechou suas portas no Brasil, no dia 30 de setembro de 2013, marcando o fim de uma era, e iniciando a popularização da internet e mudança no consumo de conteúdo audiovisual e musical.

Era do YouTube

Essa plataforma que nos traz acessibilidade nos dias de hoje, com poucos cliques na tela, virou febre em todo mundo na metade dos anos 2000.

As gravadoras perceberam a poderosa ferramenta em mãos para divulgação de artistas, foi nesse exato momento que a MTV perdeu seu posto, tanto que em 2009 o YouTube ganhou o apelidado de “ A nova MTV”.

Hoje o que temos são canais exclusivos de grandes gravadoras, como a VEVO, que tiraram suas produções de rádios e TV, levando exclusivamente para a internet, ganhando com anunciantes, cliques e seguidores, este último que divulga a música em redes sociais, fazendo com que em poucos minutos um artista viralize e vire o expoente musical da vez.

Gravadoras e Músicos Independentes

Hoje o sucesso pode ser quase instantâneo, basta ter conhecimento e facilidade com a tecnologia, exemplos de sucesso repentinos são os hits Gangnam Style, que mudou os algoritmos do YouTube depois do sucesso que foi e Friday, eternizado na rede por Rebecca Black.

Mas a grande oportunidade é mesmo para pequenas gravadoras e músicos independentes. Com uma boa estratégia, boas músicas e um pouco de dedicação é possível fazer qualquer faixa rodar o mundo.

Alguns métodos de gravação caseiros já são capazes de entregar resultados muito próximos aos de estúdios profissionais, com um investimento relativamente baixo. Sistemas de monetização, como o Kickstarter, permitem levantar dinheiro para ajudar nas gravações e as redes sociais ampliam a divulgação do trabalho.

Embora não exista uma fórmula do sucesso, é fato: o YouTube hoje é o termômetro da música, de uma forma tão significativa como a Billboard foi nas últimas décadas. Embora a tendência seja de um mercado cada vez mais voltado para a portabilidade, com cada vez mais concorrência e, automaticamente, com carreiras mais passageiras, precisamos esperar para descobrir o que o futuro reserva para a indústria fonográfica.

Sem dúvidas essa projeção inclui uma variedade tão grande de lançamentos que chega a ser inconsumível, além de gerar muitas oportunidades para todos os tipos de produção.

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