Andre Salata fala sobre sua rotina como artista e um dos professores mais requisitados do Brasil

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Por em 13 de maio, 2021 - 13/05/2021

DJ, produtor musical, engenheiro de áudio e um dos professores mais requisitados do Brasil quando o assunto é produção de música eletrônica, Andre Salata faz da sua paixão pela música muito mais que uma profissão, mas um estilo de vida. 

Capitão de uma das maiores comunidades de produção musical do país, a Comunidade de Áudio Andre Salata, o professor paulistano já capacitou mais de 1000 alunos, compartilhando toda sua experiência de quase 18 anos como produtor musical, com uma didática única e descomplicada.  Como artista, Salata já emplacou lançamentos nos catálogos mais requisitados do cenário internacional como Get Physical, Noir, Afro Acid e Voltaire Music e ainda faz parte do célebre casting da D-Agency.

Convidamos Salata para bater um papo conosco, sobre sua rotina como artista, novidades da comunidade e planos futuros que estão por vir neste 2021. Confira.

Salata, tudo bem? De expoente do Techno nacional para um dos professores e engenheiros de áudio mais requisitados de todo o Brasil. Como é conciliar a rotina de artista com as atividades da Comunidade de Audio e demais trabalhos como masterizador?

Opa, tudo ótimo! Obrigado pelo convite para essa entrevista. Olha, fico contente quando o pessoal consegue enxergar meu lado artístico, porque eu sempre acho que ele está secundário. Nos últimos anos eu foquei demais no meu lado de engenharia de áudio e educador e, infelizmente, meu lado artístico perdeu um pouco o foco. Claro, não deixo ele pra escanteio então sempre que consigo procuro produzir minhas ideias e transformá-las em música, gravo sets e, desde nossa pausa forçada, faço algumas lives tocando. Mas conciliar toda essa rotina, de fato, é bem complicado, porque o compromisso como educador e como engenheiro de áudio vai muito além de você mesmo: você precisa dar atenção ao seu cliente, então essas duas “faces” acabaram sendo mais priorizadas.

São quase 18 anos de envolvimento com o universo da produção musical. Quais são as principais transformações que você pode destacar de lá de trás quando você começou para os dias atuais, quanto ao acesso e facilidades que a tecnologia hoje pode oferecer?

Nossa…. sem querer parecer que sou melhor só porque tenho mais “tempo” de produção, mas antigamente era mesmo muito mais difícil. Era muita tentativa e erro (com mais erros do que acertos), era ficar cavando informação nos fóruns, ter que se virar com o inglês, encher o saco dos colegas que manjavam mais, etc. Hoje, felizmente, tudo está mais fácil. Tem muita coisa de extrema qualidade no YouTube, de forma gratuita, onde basta você ter o mínimo de vontade de aprender e praticar, que já adianta muito o processo. 

Fora que os softwares estão mais simples e, ao mesmo tempo, mais completos. Isso obviamente faz a competição aumentar, uma vez que essa “democratização” do acesso traz mais pessoas. Aí vem a criatividade e o trabalho mais focado para fazer a diferença.

Um dos principais motivos pelo qual você ficou conhecido, é por sua didática acessível. Como descomplicar uma temática complexa e lidar com diversos níveis de aprendizagem com tantos alunos ao mesmo tempo?

Quando eu tinha 16 anos e tive meu primeiro emprego com registro na CLT e minha função era construir websites institucionais. Meu chefe, que não entendia nada disso, sempre me orientava (e pegava muito no meu pé) para que os sites que eu fazia fossem fáceis de navegar, a ponto de até minha avó conseguir acessar o que quisesse ali. Essa mentalidade de facilitar as coisas até para o mais leigo sempre me marcou muito e quando eu comecei a dar aula, era assim que eu pensava: preciso fazer minha avó entender o que é compressão, reverb, saturação. E isso fez eu sempre ter esse jeito de querer descomplicar coisas que costumam ser muito complexas.

Eu nunca quis falar difícil porque sei que isso te distancia do leigo. Um bom educador precisa sempre saber se colocar no lugar do aprendiz.

Durante a pandemia, você notou se houve um envolvimento maior dos alunos com a Comunidade?

Houve sim. Os alunos buscaram interagir mais, formar realmente o senso de comunidade. Eu busquei trazer ferramentas para que isso se concretizasse. E é muito bacana porque muitos deles vieram me agradecer pela plataforma ajudar a tornar esse tempo tão complicado em algo mais leve.

Falando nela, quais são as novidades que a Comunidade de Audio pretende trazer ao longo do ano? Tem previsão de novas aberturas de vagas?

Esse ano teremos alguns cursos novos que são bem requisitados. Está saindo agora o Mix 2.0 e na fila vem o curso de Live Act, Produzindo Melodic Techno e Produzindo Progressive House. E do lado do suporte ao aluno, teremos uma grande novidade na próxima abertura de vagas, que será em junho.

Como está sua rotina criativa durante esse período longe das pistas? Você tem encontrado tempo para produzir? Pensa em lançar novos trabalhos ainda neste ano?

Como disse, tenho produzido pouco. Tenho um remix para o VALENT que sairá pela Prisma, label nacional que eu admiro demais. E estou com algumas originais novas, mas ainda guardadas aqui. Estou sem pressa de lançar. Estou buscando uma agenda de atividades que me possibilite ter pelo menos um dia todo na semana para produzir minhas músicas. Tendo isso eu consigo ser mais consistente e então vou buscar novos releases.

Além da vida como produtor, professor e masterizador, quais seus principais passatempos nas horas vagas? Se é que elas existem… rs

Atualmente ficar com meu filho e minha esposa já me basta. E sempre que possível tô ouvindo música 🙂

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