Um dos grandes desafios que todo artista enfrenta durante a carreira é, sem dúvidas, manter a tal da criatividade em dia, com o motorzinho funcionando para dar vida a novas ideias e projetos. Essa característica está intimamente conectada ao nosso ser e, consequentemente, à aquilo que consumimos no dia a dia; a partir da montagem desse quebra-cabeça de informações, a criatividade ganha espaço e o novo surge.
E é claro que, além das experiências da vida e do cotidiano, artistas se espelham e se inspiram também em outros artistas, em outros trabalhos. Não é diferente para o Claxy. O duo formado por Clara Valente e Gui Gautreaux — que mistura o gingado brazuca com ritmos da música eletrônica — bebe de diferentes fontes musicais para moldar sua identidade sonora, desde ícones da MPB até nomes relativamente recentes da eletrônica.
Já trabalhando em novos projetos musicais — que vem na sequência do debut EP Out Of Veil, pela Natura Viva — eles nos contam aqui um pouco sobre alguns artistas que causam “borboletas no estômago” e que servem como ótimas fontes de inspiração para os dois:
Claxy
“Nossa formação musical foi muito influenciada pela Bossa Nova e pela MPB dos anos 90. Nossas melodias e harmonias tem influência de Milton Nascimento a Cássia Eller. E é a partir deste pilar que a gente busca propor algo para a música eletrônica.
Já na música eletrônica temos três grandes referências que se comunicam direto ao nosso coração. São referências diferentes entre si e que nos influenciam em diferentes aspectos, mas para nós há um fio condutor que as une, são eles: Ólafor Arnalds, Christian Löffler e HVOB.
O Milton Nascimento é a nossa referência de voz, de composição, de introspecção e expansão. É o sublime que toca a alma. Difícil colocar em palavras. Almejamos essa conexão com o sublime nas nossas músicas. É intangível, mas nos orienta.
A Cássia Eller nos inspirou muito no início da nossa formação musical. A escolha de repertório dela foi fenomenal. E sempre conseguiu misturar muito bem elementos do rock à música brasileira. Sua atitude nos palcos e na vida, a instrumentação e as parcerias escolhidas, Cássia foi uma luz que perdemos cedo demais.
O Ólafur é uma das nossas grandes inspirações do gênero neoclássico. Um norte de maturidade estética que a gente, quem sabe um dia, gostaria de alcançar. Suas harmonias expansivas e orquestrações simples e expressivas falam diretamente com a nossa alma. Ele é o perfeito e categórico exemplo do “menos é mais”.
O Christian Löffler é outra grande inspiração. Somos apaixonados pelo sound design dele. Adoramos a forma como ele mistura a música eletrônica com a música pop. Por meio da desconstrução de estereótipos, ele consegue ser introspectivo e expansivo ao mesmo tempo. E isso, como sempre dizemos, tem muito a ver com a gente. Hehe…
O HVOB é outra referência. Adoramos a atitude mais experimental e indie deles. Sentimos que eles estão sempre propondo algo novo esteticamente, seja no som, na instrumentação ou na forma da música. E como somos brasileiros, adoramos essas misturas!