A relação do duo Bruce Leroys com o desenvolvimento do underground carioca

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Por em 26 de maio, 2021 - 26/05/2021

Podemos dizer que a cena eletrônica carioca vive hoje seus melhores momentos. Apesar dos percalços da pandemia, com eventos paralisados, a diversidade de movimentos, núcleos, gravadoras e artistas tomou conta da cidade maravilhosa e hoje se estabelece como um dos grandes centros da cultura eletrônica do país.

O que começou lá atrás, ainda com os porões do Cabaré Cubatão e do Dr. Smith,  hoje conta com uma pluralidade de propostas conceituais, protagonizados por projetos itinerantes e iniciativas que vão muito além dos clubes, voltando a atenção para a representatividade underground.

A dupla nativa de Niterói, Bruce Leroys, viveu o processo de ressignificação da cena eletrônica carioca e foi um dos pilares na reconstrução deste novo contexto. Individualmente na ativa desde os anos 90, o duo formado por Diogo Vaille e Marcelo Abreu são responsáveis por emplacar iniciativas que abriram espaço tanto para novos talentos tornando a cena um espaço colaborativo, quanto para a expansão de novas estéticas sonoras.

Batemos um papo com eles para relembrar e entender um pouco mais sobre a atuação do Bruce Leroys na reconstrução do underground carioca e perspectivas do projeto para o futuro do cenário eletrônico no Rio:

Como começou o projeto Bruce Leroys e como era o cenário underground carioca nessa época em que vocês iniciaram?

Nós já éramos amigos há muitos anos, eu (Diogo) tinha uma agência de DJs e agenciava o Marcelo Abreu, até que um dia ele deu a ideia de unirmos forças em um novo projeto. Nessa época, o cenário carioca era mais conceitual, não era muito diferente de hoje, mas era muito pouco desenvolvido. O Rio é uma cidade muito ligada à praia, sol, malhação… o mercado de entretenimento noturno não é o foco da nossa cultura.

Vocês são um dos veteranos da cena carioca, estando há mais de duas décadas inseridos no movimento eletrônico da cidade. Na visão de vocês, como o projeto tem impactado no fortalecimento da cena eletrônica no Rio de Janeiro?

Nós sempre tentamos fomentar de alguma forma nosso mercado local. Seja fazendo eventos próprios ou tocando coisas fora do tradicional. Achamos que no início desse “neo” Deep House que veio nesta última década, colocamos uma pitada a mais de força, buildups e loucura dentro desse tipo de música mais cadenciada. 

Quais iniciativas que o Bruce Leroys criou ou esteve em parceria, que fomentam a representatividade artística cultural do Rio de Janeiro?

Difícil dizer todas (risos). Mas nos anos noventa, depois de começarmos a tocar em eventos locais, eu (Diogo) comecei a criar remixes e bootlegs para rádios do Rio, Marcelo criou eventos e administrou alguns clubes. Depois comecei a trazer DJs internacionais para fazerem turnês no Brasil e aproveitava para inseri-los também nas festas cariocas. Hoje nosso foco é na rádio Mood para continuar a apresentar novidades musicais para nossa cidade.

Como vocês vêem o futuro do cenário carioca nos próximos anos?

Nós achamos que a música está melhorando de qualidade, o house mais radiofônico está super em alta aqui no Rio. Depois da pandemia achamos que a qualidade dos eventos vai vir com força. É o que esperamos!

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