Explorando a totalidade do House: como Traffic Jam permeia diversas facetas do estilo criado em Chicago?

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Por em 27 de abril, 2021 - 27/04/2021

A House Music é uma das revoluções musicais contemporâneas mais fascinantes das últimas décadas. A mistura da tecnologia, com as raízes do Soul, Jazz, Disco resultando em um blend perfeito para embalar uma pista de dança, ou até mesmo um momento especial ao pôr do sol, faz do House um estilo diverso, plural e cheio de energia. 

Apaixonado pelo estilo nativo de Chicago, o DJ e produtor curitibano João Pedro a.k.a Traffic Jam absorve as mais diversas vertentes baseadas na House Music, e explora a fundo as diversidades que compõem a natureza do estilo. 

O envolvimento de João Pedro com a House Music começou lá atrás quando o artista teve seu primeiro contato com os trabalhos de Fatboy Slim, abrindo portas para o conhecimento de nomes como Basement Jaxx, Underworld e Layo & Buschwaka. Foi então que a curiosidade em se aprofundar ainda mais nos estilos tomou conta do curitibano, sobretudo quando deu start no projeto Traffic Jam inicialmente formado por ele e Albuquerque. Hoje, carregando a alcunha em formato solo, Traffic Jam é conhecido por embalar diversos momentos das pistas de dança trazendo múltiplas facetas do House e suas vertentes carregadas de groove.

De qualquer maneira, as faixas do meu case estão todas debaixo de um ‘guarda-chuva’ do House, e com suas vertentes e sub-vertentes, sempre vai haver similaridades que você pode encontrar para mudar o estilo sem ficar desconexo. Gosto muito de break-beats nos momentos de transição, pois literalmente dá uma quebrada no ritmo e então você pode partir para vários caminhos após. Outra maneira mais natural, assim digamos, é quando você toca long-sets, aí o tempo está a seu favor e também a pista, se você estiver fazendo corretamente, está mais conectada e então, aberta ao que você for tocar, sendo mais tranquilo ir variando. Mas voltando ao “x” da pergunta, de maneira mais técnica, é prestar atenção aos detalhes da música, se tiver mixando diferentes estilos, elas podem ter uma bateria parecida, uma melodia, ou o próprio tom da música, dessa maneira você as encaixa mais harmonicamente. Sobre a identidade, creio que com o passar do tempo, as músicas que eu acabo gostando e selecionando para tocar, de alguma maneira tem algo que já está conectado a minha identidade e isso somado a maneira de mixar, faz manter tudo com a sua cara, independente do gênero/sub-gênero” explica o artista.

No próprio Trafficast, série de podcasts comandada pelo artista em sua página do Soundcloud, cada um dos episódios traz uma abordagem musical diferente, porém sempre baseada nas raízes do House, como Deep House, Breaks, Progressive House e até mesmo um toque de Acid House. Em sua mais recente mix lançada pelo canal catarinense Love Techno 49, Traffic Jam faz um blend entre o House clássico com Deep e o Dub House, provocando diversas sensações e momentos diferentes em cada parte do set. 

Sempre com melodias bem selecionadas e faixas que foram garimpadas durante seus dez anos de trajetória, Traffic Jam é expert em construir sets com histórias envolventes que celebram a energia do estilo de Chicago.

GRVE: Durante seus sets, você trabalha as mais diversas faces da House Music, provocando momentos diferentes e envolventes durante a apresentação. Como você conecta a fluidez entre as vertentes do House, sem desconectar a identidade essencial em seus sets?

“Para começar, creio que isso veio muito de eu ouvir muitos sets, principalmente na pista. Sempre achava interessante quando tinha um DJ que conseguia misturar diferentes vertentes, de maneira coesa. Ao mesmo tempo que também aprecio muito quando o DJ fica na “mesma”, sendo assim, podendo se aprofundar bem no seu nicho, porém, me identifiquei mais com o primeiro caso e como em artes não há maneira certa e errada de fazer, optei por me dedicar ao qual me chamou mais atenção. Com certeza também ajudou tocar para amigos que estejam num momento propício para ouvir diferentes estilos, como após uma festa. Você “se obriga” a tocar mais free-style, uma hora as pessoas estão mais cansadas, então você vai para algo mais tranquilo e então tenta puxar novamente ou mesmo ir variando nos momentos de ápice, chegando nele de diferentes maneiras.

Poderia falar horas sobre (risos), pois é bem subjetivo e também interessante, mas para tentar ser mais objetivo, por ser todas embaixo do “guarda-chuva” do House, sendo suas vertentes e sub-vertentes, sempre vai haver similaridades que você pode encontrar para mudar o estilo sem ficar desconexo. Gosto muito de break-beats nos momentos de transição, pois literalmente dá uma quebrada no ritmo e então você pode partir para vários caminhos após. Outra maneira mais natural, assim digamos, é quando você toca long-sets, aí o tempo está a seu favor e também a pista, se você estiver fazendo corretamente, está mais conectada e então, aberta ao que você for tocar, sendo mais tranquilo ir variando. Mas voltando ao “x” da pergunta, de maneira mais técnica, é prestar atenção aos detalhes da música, se tiver mixando diferentes estilos, elas podem ter uma bateria parecida, uma melodia, ou o próprio tom da música, dessa maneira você as encaixa mais harmonicamente. Sobre a identidade, creio que com o passar do tempo, as músicas que eu acabo gostando e selecionando para tocar, de alguma maneira tem algo que já está conectado a minha identidade e isso somado a maneira de mixar, faz manter tudo com a sua cara, independente do gênero/sub-gênero.

Para finalizar, essa é uma forma que achei de me manter bem motivado com a discotecagem, pois é sempre um novo desafio para mim, seja na parte de estar tocando de fato, até a própria pesquisa, que posso abranger um espectro bem maior”.

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