PAPO GROOVE | Bruce Leroys

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Por em 4 de novembro, 2019 - 04/11/2019

É comum você entrar na página do Facebook de um artista e encontrar aquela biografia com um texto imenso contando toda a história do projeto, falando sobre conquistas, suportes e tudo aquilo que você já tá acostumado. Mas a dupla carioca Bruce Leroys, formada por Diogo Vaille e Marcelo Abreu, prefere o caminho simples e direto, tanto que na fanpage dos caras você vai encontrar apenas: “Nossa missão: Divertir sem banalizar”.

Os caras já estão há mais de 20 anos envolvidos com a cena eletrônica brasileira, até que decidiram juntar experiências e formar o Bruce Leroys em 2013. Unindo de forma criativa a boa House Music com traços de Disco, Funk, Indie & Techno, eles alcançaram uma sonoridade bastante particular que já ecoou pelos principais clubs do Brasil, tais como Warung, D-EDGE, Beehive e Anzu, sem contar seus lançamentos por selos como Get Physical, Yoshitoshi Recordings, OFF Recordings, Parquet, Kittball, Loulou Recordings e Beatfreak.

A novidade é que o duo assinou a faixa original do primeiro release do projeto Cocada como sublabel da gravadora alemã Get Physical. Liberdade EP chegou na última sexta-feira (25) com remixes de Trepanado e do chileno Ricardo Villalobos, um time e tanto para esse disco de estreia — que também será lançado em vinil. Abaixo nós batemos um papo com Diogo e Marcelo sobre este lançamento e aproveitamos para arrancar algumas novidades do projeto em mais um PAPO GROOVE:

Olá, pessoal! Tudo bem? Obrigado por nos atenderem! Vamos começar falando sobre o Cocada? Vocês participaram das duas compilações iniciais e agora assinam a faixa original do primeiro release do Cocada como sublabel da Get Physical. O que isso representa para vocês?

Antes de qualquer coisa, é bom dizer que temos discos na Get physical desde 2000 e bolinha [risos]. Já éramos fãs do trabalho da gravadora bem antes do Bruce Leroys existir, caras como DJ T, M.A.N.D.Y. e Booka Shade sempre foram referências de qualidade pra gente.

Dito isso, temos orgulho de fazer parte da discografia da GP e estamos honrados de representar os artistas sul-americanos ainda mais sendo remixados por ninguém menos do que Ricardo Villalobos e também pelo Trepanado, da festa Selvagem. São artistas que admiramos demais.

Podemos arrancar algo um pouco mais pessoal? O que acharam dos remixes produzidos por Trepanado e Villalobos? Como é estar ao lado destes artistas e como vocês enxergam esse trabalho completo?

Ricardo Villalobos é um mito, tem uma assinatura sonora muito forte, é um dos artistas mais queridos e lembrados do nosso segmento, portanto ele engrandece este lançamento inaugural do Cocada de forma única.

O Trepanado construiu uma marca que tomou de assalto a cena brasileira, com foco em pesquisa musical, valorizando em primeiro lugar a cultura brazuca. O projeto Selvagem deveria ser tombado como patrimônio cultural nacional [risos]. Ou seja, cada um ao seu modo, multiplicou o potencial deste trabalho realizado pela gravadora.

Inclusive a faixa Liberdade repercutiu muito bem, bem posicionada no Beatport de vocês, certo? Como foi o processo criativo dela? De onde surgiu a ideia de utilizar os vocais de Elizeth Cardoso?

A gente sempre tem o costume de pesquisar samples. Dessa vez eu (Diogo) vi uns vinis na casa de um amigo que estavam jogados na sala dele, empoeirados. Peguei tudo, levei ao estúdio e fiquei procurando algo bom naquela coleção. Um dos discos era uma coletânea de músicas do Cartola. A última faixa tinha a acapella da Elizeth Cardoso. Na hora que ouvi imaginei toda a música na cabeça.

Acredito que isso demonstre o quanto vocês são ligados com a cultura musical brasileira e latina, o que tem tudo a ver com a essência do Cocada…

De fato. A música brasileira é muito rica, passa por um período meio complicado, é verdade, mas temos que tentar reviver e reformatar o que a nossa música tem de bom.

Quais os principais frutos que estão sendo colhidos — e plantados — não apenas na carreira de vocês, mas na cena em geral com o trabalho executado pelo Cocada? O que vocês enxergam de mais positivo?

A resposta é simples: o mais importante disso é mostrar a cultura musical nacional para o resto do mundo.

Como bons cariocas, viventes da cena há muitos anos, como vocês analisam a cena local atualmente? O que de melhor está acontecendo por aí?

A cena está passando por uma fase de amadurecimento. As músicas estão ficando mais radiofônicas e juntamente com o reaquecimento da economia, estamos bem felizes com o futuro próximo do nosso mercado.

Agora um pouco sobre a trajetória de Bruce Leroys até aqui… vocês já passaram por clubs icônicos do Brasil como Warung, D-EDGE, Beehive e, recentemente, tocaram ao lado de Roland Leesker no Rock in Rio. Os últimos anos tem sido bem especiais, não é mesmo?

Graças a Deus. Esse ano consolidamos novos degraus e parcerias e temos certeza que 2020 promete!

Em que direção o futuro de Bruce Leroys está apontando? O que podemos esperar de novidades para 2020?

Acho que a maior novidade é que iniciamos nossa própria festa e gravadora. Estamos querendo focar em passar diferentes conteúdos para o público nacional, colaborando com a cena de forma mais efetiva ainda.

Vamos finalizar com mais uma sobre o Cocada? Já que o projeto faz uma alusão com um doce típico brasileiro, se o EP pudesse ser harmonizado com algum outro prato da culinária local, qual seria? Obrigado pelo papo, gente!

Com certeza uma bela feijoada com bastante pimenta! Hahahahaha… obrigado pelo papo, adoramos!

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