Marcio S: uma trajetória incrível contada em detalhes

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Por em 22 de outubro, 2019 - 22/10/2019

Desde o início dos anos 90, quando a dance music começava a se alastrar por diferentes locais do Brasil, um paulista começava a acompanhar o movimento crescente e já demonstrava os primeiros sinais de seu amor pela discotecagem, mesmo que ainda não a praticasse. Marcio S, como é conhecido atualmente nas pistas, passou então a admirar grandes nomes da indústria underground brasileira, tais como DJ Mau Mau, Renato Lopes e Magal, artistas que lhe inspiram até os dias atuais.

 

Foi a partir deles que a identidade de Marcio começou a ser moldada e traços nítidos do House de Chicago e do Techno de Detroit começaram a florescer. Desde então, ao longo de seus mais de 20 anos de carreira, o público dançou e curtiu noites memoráveis graças à rica bagagem musical que o DJ apresentava e ainda apresenta em seus sets, adquirida principalmente durante sua juventude.

 

Marcio até lembra quando recebeu seu primeiro cachê, em 1998. “Foi na Overnight, lendário club da zona leste de São Paulo que tinha como residentes os incríveis DJs Andy e GKD”, conta. Na época não havia mp3 muito menos “arquivos em nuvem”, então o contato com a equipe do club foi de forma bem diferente dos dias atuais.“Enviei uma fita cassete através do meu primo que era promoter. Depois de meses recebi uma ligação com a confirmação da data, quase não acreditei. Me preparei muito para essa estreia e senti um frio na barriga absurdo, mas deu tudo certo e a gig me abriu muitas portas”.

 

 

 

Três anos depois, em 2001, Marcio tocou no Festival Ecosystem, em Manaus, sua primeira gig com nesta capital que ele cultiva um carinho especial. Mas a história tem moldes bem curiosos: “Me inscrevi num espaço de novos talentos, quando cheguei lá, simplesmente não existiu. Parece algo ruim, mas não, tive a oportunidade de tocar na pista principal, graças ao meu grande amigo DJ Cezar Dantas, que era responsável pelo local”, nascendo assim sua ligação com a cidade.

 

 

No ano seguinte, Marcio lançou sua primeira música, uma collab com Mystical, numa compilação em CD do São Paulo Fashion Week, pela Trama, em 2002. Daí em diante, seu catálogo de lançamentos aumentou com várias tracks lançadas em uns dos primeiros selos de música eletrônica do Brasil, o URBR Records, comandado por Michel Palazzo. Neste meio tempo, Marcio também teve algumas gigs memoráveis no já extinto Love.e, na noite Combustível, idealizada por Paula Chalup e Ana Flávia.

 

 

Em 2009, um dos maiores reality shows da TV brasileira também o recebeu. Marcio se apresentou para os “brothers” do BBB9 e lembra: “Por incrível que pareça, toquei meu som e não precisei apelar para nenhuma música comercial. Naqueles 15 segundos de exposição, acabei pagando muitos boletos nos meses seguintes usando a mídia proporcionada do programa ao meu favor”, contou.

 

 

Naquele mesmo ano, Marcio voltou a Manaus para tocar num evento bookado pelos amigos Cezar Dantas e Beto Calderaro, onde começou sua história com a produtora Seven. “Me tornei DJ residente e posteriormente fui convidado para ser Diretor Artístico, desenvolvendo junto à equipe projetos incríveis para a noite de Manaus, como o Seven Club, o 1º Warung Tour na Amazônia, Sub Club e o divisor de águas, SMF (Seven Music Festival) com 2 palcos”. O primeiro ano do festival contou com Dubfire, Jamie Jones, Guy Gerber, Gui Boratto, Life Is a Loop, Eli Iwasa, Robert Babicz, NERVO, Diogo Accioly, DJ Mau Mau, Renato Cohen, Leo Janeiro, o próprio Marcio, Cezar Dantas, Felipe Litaiff, entre outros.

 

 

Outra grande conquista de Marcio que merece ser lembrada é sua participação no Boiler Room. “Foi uma das coisas mais especiais que me aconteceram, fruto do trabalho na Seven e do networking desenvolvido no período de Manaus. A Monique Dardene procurou a mim e ao Cezar Dantas para esse desafio e foi surreal estarmos juntos com os manos do Underground Resistance na época com o projeto D3”, lembrou o artista, que ficou por seis anos trabalhando com a Seven, período que lhe rendeu um ótimo amadurecimento profissional.

 

 

Em 2011, Marcio entrou para o time da D AGENCY à convite de Renato Ratier e, na sequência, tornou-se residente da noite Mothership do D-EDGE através do amigo e saudoso China – já falecido. “Até hoje participando de noites memoráveis no club, que tem me levado para tocar em lugares fantásticos”. Passando por um momento de bastante inspiração e felicidade criativa, Marcio tem conseguido envolver o público sem deixar transparecer que já está há tanto tempo no comando das cabines, uma trajetória de muitos anos que, a princípio, não tem data de validade.

 

 

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