Volta e meia acompanhamos algum set de estrelas internacionais e nem imaginamos que muitas das tracks reproduzidas podem ser da autoria de artistas bem próximos da gente. Recentemente descobrimos que Lucas Limas, um DJ e produtor que nasceu em Juiz de Fora/MG e cresceu em Foz do Iguaçu/PR, teve uma de suas faixas remixadas tocada por ninguém menos que Maceo Plex e Tale of Us no Junction 2 Festival, em Londres, um suporte que é, no mínimo, de dar inveja.
(Veja a partir dos 34:00)
É sempre um prazer estar em contato com novos artistas do cenário e ver que a música está se renovando com muita qualidade, ainda mais quando são figuras do nosso país, como é o caso de Lucas. Ficamos curiosos para saber um pouco mais da trajetória do artista até aqui e o convidamos para mais um Papo Groove, o resultado você confere abaixo:
1 – Olá, Lucas! Tudo bem? Obrigado por falar com a gente. Vamos começar com uma pergunta diferente do comum e, de certa forma, desafiadora: por quê as pessoas precisam conhecer Lucas Limas? O que seu perfil artístico tem de especial?
Olá, como vai? Obrigado vocês pela recepção! Excelente pergunta. Acredito que Lucas Limas é um representante do público, primeiramente, levando alegria e conteúdo musical para todos de seu segmento, e recentemente sendo tocado pelos principais nomes da cena eletrônica internacional, tais como: D-Nox, Maceo Plex, Tale of Us, Lehar, além de suportes nacionais vindos de Flow & Zeo, BLANCAh, Paulo Foltz, Tessuto, Alex Justino, ZAC, entre outros. Trago uma bagagem melódica associada à dança e a vanguarda no seu conceito artístico, buscando deixar minha marca por onde passo.
2 – E sua história na música eletrônica, como começou? O que te levou a apostar em uma carreira neste campo?
Certo dia um amigo me mostrou um mixer da Behringer de três canais que ele havia comprado, foi o suficiente. Poder controlar partes de um som foi incrível. Logo, meu pai me deu um DVD de um artista chamado Tiësto, vi que o cara tocava sozinho para uma multidão de pessoas; o que para os meus olhos foi mágico. Logo, uma casa na minha cidade iniciou processos seletivos para tocar nas matinês e eu já havia feito um curso de DJ numa escola da cidade, desde então eu não parei mais de buscar por aprofundar meu trabalho na música e rentabilizar o mesmo de forma profissional.
3 – Você é mais um que está apostando forte no techno e em suas melodias profundas, mas isso faz parte de um processo de transformação, certo? De onde surgiu essa paixão e o que mais te encanta nesse estilo?
Eu não digo bem que meu som é Techno… eu acho que ele é mais house para ser sincero. O progressive foi uma consequência na minha vida por conhecer o trance, assim como em sua história e formação durante os anos. Minha paixão sempre foi por melodias, independente do estilo do som, o divisor de águas foi conhecer à cena underground, o experimentalismo musical e assim poder me expressar da maneira que eu gosto, ousar e estar olhando para outros artistas e dizendo: poxa, isso tudo é incrível! Eu encontro todo mês um artista novo que me encanta sonoramente de alguma forma, o que me fascina ainda mais.
4 – Você já tocou em alguns venues bem especiais pelo Brasil e até em alguns países da América do Sul. Quais já ficaram marcadas na sua memória? Há alguma preparação especial para cada gig?
Todas são muito especiais hoje para mim. Estar com pessoas é um fator motivacional. Um marco muito importante na minha carreira foi uma mini tour pela Argentina, senti uma energia sem igual na pista! Eles valorizam muito os artistas e os apreciam desde o primeiro DJ que abre o evento até o último! Isso é admirável, coisa que sinto um pouco de falta em nossas festas aqui.
5 – Para um produtor musical, uma das conquistas mais prazerosas é, sem dúvidas, receber o suporte de grandes artistas. Sua track já passou pelas mãos de D-Nox e ZAC e mais recentemente por Maceo Plex & Tale of Us. Um sonho realizado?
Sem dúvidas! Antes desses talentosos artistas, meu som havia sido tocado pela rádio Ibiza Radio 1, na Espanha, e para digerir tudo isso, às vezes preciso me beliscar. É um grande prazer receber o suporte de artistas como eles, o sentimento de gratidão aumenta a cada dia.
6 – Pegando esse gancho, quem são suas maiores inspirações na música eletrônica e fora dela?
Na música, minha maior inspiração é o Lehar; um artista sério, que ama muito à música de forma geral e que tem ela como prioridade em sua vida. Até mesmo seu marketing é mais “underground”, com menos investimentos, porém, sempre se destacando com sua inovação musical dentro do estilo que se propõe. Fora da música eletrônica, eu gosto muito de uma banda chamada Thieves Like Us. Eles têm uma pegada synth-pop que une à música ao visual e todo o conjunto deles é inspirador! Desde as composições até à vestimenta de apresentação.
7 – Acreditamos que esteja cada vez mais difícil produzir tracks realmente originais e se destacar no meio de tantos produtores no mercado. Como você enxerga essa questão?
Eu concordo. Vivemos uma época em que tudo parece já estar criado… Porém, acho que quanto mais você estuda e faz suas pesquisas musicais, mais você vê a quantidade de possibilidades! Não necessariamente precisa ser inventada outra “roda”, mas, tu pode entender o que é Techno e como inovar dentro desse determinado conceito de alguma maneira. Os grandes artistas estão sempre analisando o mercado, buscando se “reciclar” de alguma forma.
8 – Para finalizar, deixe uma mensagem aos novos DJs e produtores que, assim como você, também estão buscando seu próprio espaço. Obrigado pelo bate-papo!
Acredite em seus sonhos, foque no que é realmente importante para você, trabalhe duro e invista muito em si! Obrigado a vocês pelo momento de estar trazendo um pouco do que faço aqui, foi um prazer.
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