O sul do Brasil pode ser considerado como um dos principais polos nacionais da música eletrônica. Nossa vizinha Santa Catarina possui alguns dos maiores clubs do Brasil como Green Valley, Warung Beach Club e Terraza Music Park. Por aqui, Curitiba e Ponta Grossa sediam o Club Vibe e o Cavan77 respectivamente, sem contar os grandes festivais como TribalTech e Warung Day Festival. No extremo sul do país, o estado gaúcho também possui municípios com uma boa concentração de adeptos à música eletrônica, como Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul, Porto Alegre, etc., porém, em cidades menores, novos núcleos e artistas emergentes ainda lutam para fazer com que seus trabalhos ganhem destaque, disputando espaço de forma mais parelha com a forte cultura musical de outros estilos populares do país.
Desbravando o mercado, encontramos pessoas que se esforçam dia após dia para que a cena eletrônica esteja presente em novas localidades, provando que uma cidade pode e deve ser multicultural. Em Tapejara, pequeno município do Rio Grande do Sul com cerca de 20 mil habitantes, conhecemos Grigollo, um DJ e produtor com carreira em fase de crescimento que dedica boa parte do seu tempo buscando introduzir a música eletrônica em sua região. Conversando com a gente, Grigollo compartilhou alguns dos desafios encontrados por ele na carreira e o que o motiva a seguir em frente.
https://soundcloud.com/houseculturepodcast/house-culture-guest-mix-007-grigollo
Segundo ele, um dos pontos que mais dificultam o crescimento da dance music na cidade é o próprio público que é, predominantemente, do gênero sertanejo. “A música eletrônica por aqui [Tapejara] é algo relativamente novo. Existem sim pessoas que frequentam festas em outras cidades, mas são poucas. É muito difícil conseguir um grande público organizando uma festa aqui, por exemplo”. Para mudar essa realidade, Grigollo está à frente de um projeto desde 2016 chamado Insert, festa que já é bem recebida pelos clubbers da cidade. “Temos um público que nos faz ter orgulho do nosso trabalho até aqui e é isso que nos incentiva a continuar oferecendo música eletrônica para a região”.
Grigollo contou também que seu sonho em ser DJ veio ainda quando pequeno, principalmente após presenciar um amigo tocando um set de deep house em uma festa. Desde então, o artista se dedicou à pesquisa e se aprofundou no assunto, passando cerca de 5 a 8 horas dentro do estúdio diariamente. “Hoje em dia a dance music está inserida no meu dia a dia, seja estudando, produzindo ou pesquisando tudo relacionado a ela”. Grigollo tem trabalhado bastante para seguir carreira como produtor e leva isso como uma meta de vida. Em paralelo, o jovem gaúcho não pensa em deixar de lado seu projeto Insert e deseja voltar a realizar novas festas em sua cidade. “Promover boa música aqui em Tapejara sempre foi um sonho e quero trabalhar muito nisso”.
Como qualquer outro personagem da cena que busca relevância no mercado, Grigollo ainda visa o lançamento de novas tracks em gravadoras renomadas, além de tocar em alguns clubs e festas que já sonhou por algum tempo. “Sei que devo dar um passo de cada vez, mas minha vontade em disseminar boa música é o que me incentiva a dar o meu melhor, independente das dificuldades que apareçam pelo caminho”.
CONECTE-SE COM A GROOVE MAG: Facebook | Youtube | Soudcloud |Instagram