André Salata lança pela Afro Acid com remix do DJ Pierre – confira entrevista exclusiva

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Por em 5 de setembro, 2018 - 05/09/2018

 

Um dos nomes mais ativos da dance music nacional atende pelo nome de Andre Salata. DJ, produtor, engenheiro de áudio, professor, empresário – ufa! Andre Salata é o tipo de profissional que consegue aproveitar ao máximo cada segundo do seu dia e isso é fundamental para que ele se mantenha presente em todas as frentes de sua jornada, incluindo as redes sociais.

 

 

Seu último release trata-se de um EP em parceria com o DJ e produtor alemão, boss da Get Physical, Roland Leesker. Salata e Leesker colaboraram durante uma das passagens de Roland por aqui. A faixa traz samples de um disco dos anos 90 e após produzida foi direcionada a Afro Acid, lendária label gerenciada pelo também lendário DJ Pierre, ninguém menos que o inventor do acid house.

 

 

 

 

Nesse bate-papo exclusivo com a Groove Mag, Andre Salata fala sobre a oportunidade ser remixado por DJ Pierre, parceria junto a grandes labels, processo criativo e sua rotina de trabalho bastante movimentada. Confira abaixo:

 

 

1 – Olá, Andre! Tudo bem? Obrigado por nos receber. Após dubspeeka, chegou a vez do DJ Pierre remixa-lo… que currículo ein? O que representa pra você essa oportunidade de ser remixado por uma das grandes lendas vivas da dance music?

 

Olá pessoal, tudo ótimo! Agradeço mais uma oportunidade de contar um pouco de mim. Me sinto honrado de ter um remix do DJ Pierre, um cara tão importante na história do eletrônico, que continua na ativa fazendo um excelente trabalho, sempre se renovando sem perder as características que tornaram ele essa lenda viva. Assim como o remix do dubspeeka, quando recebi a notícia o sentimento foi de muita felicidade por ter uma “original mix” que agrada esses grandes nomes ao ponto deles toparem um remix.

 

 

2 – Você construiu um trabalho muito interessante junto a Get Physical e agora colabora com Roland Leesker (boss do label alemão) nesse lançamento pela Afro Acid. Como funcionou a dinâmica de produção de vocês para Oi?

 

Cara, foi muito fluída a nossa dinâmica. Nunca tínhamos entrado juntos no estúdio pra produzir, mas eu sempre acreditei que seria uma oportunidade bacana pois compartilhamos de um gosto musical bem próximo. As expectativas se tornaram realidade. Saiu tudo muito rápido e natural.

 

3 – Falar sobre processo criativo é sempre muito bacana quando do outro lado temos artistas com um know how como o seu. O que você pode nos contar a respeito da parte técnica desse release?

 

O Roland chegou no estúdio com alguns discos da década de 90 e disse que podíamos procurar a vibe da música ali. Acabamos que escolhemos um disco da Plus8 de 1992 para samplear, pois ele tinha uma vibe bem pra frente, como queríamos. O interessante é que os discos da Plus8 eram, em teoria, concebidos para serem tocados com o pitch do tocadisco no máximo (em +8%), só que a música ficava muito rápida para o que tocamos atualmente. Quando mudamos o pitch para o oposto, em -8%, achamos que o som ficou exatamente o que estávamos buscando. Desse disco saiu o bassline, uma parte do groove e os shots de vocal da nossa música.

 

4 – Sobre seu direcionamento sonoro para 2018 e o futuro como um todo. Podemos esperar mais trabalhos nessa linha ou há algo diferente sendo projetado? Quais são seus próximos releases?

 

Tenho trabalhado em faixas com um groove um pouco mais reto que o de “Oi”, um pouco mais mental mas ainda dançante. Meu próximo release é um remix para o DJ Pierre que sai na Get Physical no final de outubro. Além disso, estou trabalhando no meu próximo EP com eles, definindo a sonoridade, direção, num trabalho bem próximo ao Matt, A&R do selo.

 

5 – Um dos maiores desafios de um DJ e produtor é ter o mesmo perfil sonoro na discotecagem e produção musical. Olhando para os seus atuais projetos, como você enxerga esse ponto?

 

Eu não costumo produzir semanalmente, pois divido muito a agenda com trabalhos de coprodução e mixagem de alguns artistas, assim como algumas aulas, então tenho que “agendar horário” pra mim mesmo quando vou produzir. Uns anos atrás tinha percebido que eu não tocava minhas músicas em meus sets e que isso no mínimo era estranho. Alguma coisa estava errada naquela época: ou eu não tocava um set com coisas que faziam minha cabeça ou minhas músicas não tinham a ver com o que eu gostava de tocar. Então hoje eu dia, quando paro para produzir, me atento muito ao que tem rolado na minha pesquisa musical como DJ, que faço religiosamente toda semana.

 

6 – Sabemos que você possui uma rotina de trabalho bastante movimentada. Como você se organiza para dar conta de tudo e ter tempo hábil para criar?

 

É bem complicado na verdade. Como respondi na pergunta anterior, tenho que me considerar um cliente de mim mesmo quando quero produzir, para bloquear a agenda do estúdio e tratar aquilo dentro do meu horário comercial. Por conta disso mesmo, estou criando meu curso online de mixagem para música eletrônica, com o intuito de aliviar mais a agenda e poder criar mais, pois é a coisa que mais sinto falta no dia-a-dia.

 

 

7 – A última! Na sua visão, qual a mensagem central que original mix e o remix do Pierre carregam nesse lançamento?

 

A original mix vem trazer uma vibe bem dançante pra pista, bem pra frente, para pessoas que querem curtir a música e se esquecer do resto, trazendo um pouco do som de décadas atrás, alinhado com a sonoridade mais atual. O remix que o DJ Pierre fez traz uma coisa futurística para a música, um sequenciamento que não é óbvio, que por vezes você até estranha, mas no decorrer do som você se liga e já está todo entregue. Um trabalho excepcional!

 

 

 

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